“Agora Tem Especialistas”: Programa da PGFN Alia Saúde Pública e Regularização Fiscal de Hospitais
- Pedro Ramos
- 22 de jul.
- 2 min de leitura

A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) lançou o programa “Agora Tem Especialistas”, uma nova modalidade de transação tributária que conecta dois desafios recorrentes no país: o alto volume de débitos tributários de hospitais e a sobrecarga da rede pública de saúde, especialmente nos atendimentos especializados do SUS.
O que é o programa?
Trata-se de uma política pública inovadora que permite que hospitais privados e filantrópicos regularizem sua situação fiscal com a União por meio da prestação de serviços ao Sistema Único de Saúde (SUS), como exames e consultas com especialistas.
A cada atendimento realizado, o hospital gera créditos financeiros, que poderão ser usados, a partir de janeiro de 2026, para abater tributos — conforme o tipo de enquadramento fiscal da instituição.
Quem pode participar?
A adesão é voluntária e depende da situação fiscal do hospital:
- Hospitais com situação fiscal regular: Poderão prestar serviços ao SUS e gerar créditos financeiros, que serão utilizados para quitação de tributos correntes. 
- Hospitais com débitos tributários: Terão acesso a uma transação tributária com condições especiais, permitindo quitar suas dívidas com descontos e parcelamentos longos, mediante a compensação com os créditos gerados pelo atendimento à população. 
Condições da transação tributária
As regras estabelecidas pela PGFN incluem:
- Descontos de até 70% sobre juros, multas e encargos legais (não incide sobre o principal); 
- Parcelamento em até 145 meses; 
- Renúncia a contestações administrativas ou judiciais sobre os tributos envolvidos; 
- Comprovação de capacidade técnica e operacional para prestar os serviços ao SUS. 
Além disso, o programa será operacionalizado de forma digital, com adesão por meio do portal Regularize, e os créditos financeiros serão certificados pelo Ministério da Saúde.
Segurança jurídica e impacto fiscal
Para garantir a segurança jurídica e o controle fiscal, a despesa da União com o programa será feita por meio de créditos orçamentários financeiros, com previsão de até R$ 2 bilhões por ano a partir de 2026, respeitando o teto de gastos.
Segundo a PGFN, essa modalidade não configura renúncia de receita, pois trata-se de recuperação de créditos inscritos ou passíveis de transação, considerados de difícil arrecadação.
Conclusão
O “Agora Tem Especialistas” é uma solução que alia eficiência fiscal e ampliação do acesso à saúde pública, permitindo que o setor privado colabore diretamente com a redução de filas no SUS, ao mesmo tempo em que regulariza seus débitos com condições facilitadas.
A medida representa uma oportunidade relevante para hospitais com passivos tributários significativos e para aqueles que desejam manter a regularidade fiscal com benefícios operacionais.
Por
Pedro Ramos



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